Há 20 anos, a música clássica se despedia de um de seus maiores compositores

Dia 13 de janeiro de 1993, a música clássica brasileira se despedia de Mozart Camargo Guarnieri, um dos mais brilhantes compositores do século 20. Filho de imigrantes italianos, nascido em Tietê, interior de São Paulo, Guarnieri sintetizou a música com valores vanguardistas, porém, sem perder as raízes nacionais. Era entusiasta das influências do folclore e partidário do uso de instrumentos típicos da musicalidade brasileira, como a cuíca e o reco-reco.

Este viés nacionalista, presente nos trabalhos de Guarnieri, o aproximou do poeta Mario de Andrade. E desta amizade nasceu, em 1952, sua ópera, Pedro Malazarte, com libreto de Mário de Andrade. Nessa época, ao lado de Heitor Villa-Lobos e Francisco Mignone, já era consagrado como expressão da música brasileira.
Porém, neste mesmo período, Guarnieri foi alvo de polêmicas por publicar uma carta aberta aos críticos e músicos do Brasil, na qual contrapôs nacionalistas e vanguardistas. Consequentemente, em seus últimos anos de vida, foi considerado conservador e passou ao isolamento. Mesmo assim, continuou exercendo papéis importantes na cena clássica brasileira.

É possível conhecer a obra de Guarnieri por meio de gravações feitas pela Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo. Os 3 Concertos para Violino, projeto coordenado por Francisco Coelho, com presença do regente Lutero Rodrigues e violinista Luis Felipe, apresentam obras pouco conhecidas, mostrando que Camargo Guarnieri foi um artista que conseguiu unir raízes populares, tradição e modernidade.


Fonte: Portal TV Cultura

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